é um cachorro louco
que deve ser morto
a pau a pedra
a fogo a pique
senão é bem capaz
o filhodaputa
de fazer chover
em nosso piquenique
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Bom, eu trabalhava na biblioteca de Sengés e sempre via em uma das prateleiras O Bandido Que Sabia Latim. A foto da capa é a mesma que está aí em cima, eu ficava imaginando a razão de um título tão diferente e quem seria o bigodudo da capa. Até que enfim um dia, criei coragem e abri a biografia escrita por Tonino Vaz, um jornalista de primeira linha especializado e famoso por suas biografias, de um tal de Paulo Leminski. Quando dei por mim, já fazia mais de semana que eu lia sem parar o livro, em menos de um mês acabei a leitura totalmente apaixonado pelo maior poeta curitibano e contemporâneo do Brasil. Sua poesia é rebelde e ainda assim, sutil, como um samurai malandro, rápida, como golpes de judô, esporte em que ele foi faixa preta. Sua vida e sua obra são cheias de poesia, ele viveu tão intensamente cada dor, paixão e vício que foi engolido por eles. Mesmo com sua breve passagem de 44 anos entre nós, sua obra é extensa e diversificada. Biografias, músicas, ensaios críticos, O Catatau e muito mais.
Vale ressaltar que um dos parceiros de copo e escrita de Leminski, foi ninguém menos que Solda, já comentado a alguns posts atrás. O humor também é uma marca registrada desses dois poetas, ainda vou mostrar mais dos poemas deles, mas por hoje está de bom tamanho.