segunda-feira, 18 de março de 2013

You Could Be Mine

Einstein escreveu a Teoria da Relatividade e a partir dela cientistas desenvolveram uma teoria que se pergunta sobre a própria essência da realidade e sobre a possibilidade de haver outras dimensões paralelas, similares a nossa, mas sutilmente diferentes. Outros levam esse pensamento mais a fundo e dizem que a cada escolha e decisão tomadas, outras realidades são criadas onde as alternativas contrárias se realizaram. Não importa se você acredita em tudo isso ou não, qualquer um vai entender sobre o que vou escrever, mesmo sem nunca ter ouvido falar sobre Albert Einstein. 

Afinal todos os seres humanos se apaixonam. Todos amam e querem ser amados. E conhecem as histórias sobre o coração, das infantis que terminam com "e foram felizes para sempre" até as dos adultos em que os finais terminam de várias formas, poucas vezes, infelizmente, felizes. Essa é uma das minhas histórias que vivi com uma amiga, que escrevo agora como forma de presente.

Na vida nós encontramos todos os tipos de pessoas, pessoas que nos lembramos com saudade, mas que acabamos com o tempo esquecendo o nome, o rosto. E outras que sem sabermos nada sobre, não saem mais da nossa cabeça. Essa amiga em questão eu tenho certeza que jamais vou esquecer o nome, nem o rosto e ela jamais vai sair da minha cabeça. Ela é inesquecível, sem esforço, especial. Um milagre que irradia felicidade onde quer que passa. Sim, não preciso dizer, você caro leitor já deve ter imaginado, obviamente que eu me apaixonei por ela. 

Não fui o único e nem serei o último. É quase que impossível não se apaixonar, porque ela foi feita na fôrma das pessoas que não se fazem mais. É linda e boa como pouquíssimas pessoas são, uma joia rara que quem quer que a conheça, reconhece imediatamente a sorte de tê-la encontrado.

Pois bem, desde o começo me senti atraído por sua companhia, sempre tive e mantenho bons amigos, ótimos colegas, gente que me faz rir e que me divirto junto. Mas não era a mesma coisa com ela, era algo a mais. Eu não entendia, mas sentia e tentei desastrosamente dizer isso a ela. Simplesmente nossas vidas não estavam em harmonia e ela ficou com medo e eu também, então tomei uma atitude que para sempre vai pesar na cabecinha dela, contra o que nós poderíamos ter tido. Me envolvi com a sua amiga e não me arrependo. Fui feliz por um tempo e vivi bons momentos. Quando enfim o inevitável aconteceu me encontrei novamente à merce daquela amizade que teimava em não querer ser só amizade.

Não me restava muita coisa a fazer se não tentar de novo, imagine só, se na primeira vez nós não estávamos em harmonia, agora eu estava desafinado. As minhas palavras saíam, mas não tocavam o coração. Ela me confessou que adoraria que nós déssemos certo, afinal, assim como eu, não havia ninguém mais com quem ela se divertia tanto junto e que lhe fazia mais feliz. 

Qual não foi a minha alegria de ouvir tais palavras, contudo não se iluda como eu me iludi, leitor meu, porque se em um momento ela me confessava tais pensamentos, no outro desmentia e ainda me pagou na mesma moeda o favor que fiz com sua amiga. É, não foi fácil.

Entrei depois em outro relacionamento, fui também feliz e novamente o inevitável me encontrou. Não vou mentir, eu me entristeço porque gostaria mesmo de poder ter feito as pessoas que escolhi e que me escolheram felizes, mas quando descubro que por mais que eu tente, eu não vou ser capaz disso, eu com o coração nas mãos digo sem aparentar que o melhor mesmo é mantermos o carinho e as boas lembranças.

Mas pra ela eu não consigo não aparentar. Ela sabe quando eu estou triste, mesmo que eu não diga, que eu finja não estar. E é por isso que estou escrevendo essa história e esse presente, afinal de contas, serei para sempre seu amigo e torço para que ela seja muito feliz. E se Einstein e os cientistas estiverem certos, em algum lugar, nós fomos felizes juntos. E pensar nisso me faz sentir menos saudades.

Um grande beijo pra você minha querida, saiba que sempre vou te querer bem e que mesmo que eu não queira, de vez em quando, vou sonhar com a outra dimensão.

Aceite esse presente de coração.

domingo, 10 de março de 2013

Só as Mães São Felizes


Vai, ó bruxa ignóbil
Ri teu riso de hiena
Gargalhe alto para o eco do abismo
Sua solidão e tristeza de harpia

Erija na ruína dos sonhos perdidos
Um templo a tua deidade morta
E com ossos e cinzas ore
Para que um dia possam perdoar-te a hora

Pois és um carvalho podre
Corroído pelos vermes do tempo
Vazio, oco e sem alma
E que se diz refúgio, eu digo,
Seu ventre aborta teu feto

Afinal algemas com grilhões tua prole
Para defender e proteger os envenena
Teme que a tragédia que lhe abatera
Seja reencenada, mas não vês
Que impõe a eles uma mais dura ainda pena

Porque és cega, és surda
Só enxerga e escuta o que lhe convém
A de morrer sozinha e louca
E Lúcifer a de te abraçar no além

Este cão morto que chutara, desleal e covardemente
Hoje uiva na noite, contraiu incurável raiva
E agora vai caso se aproxime, lhe mostrar os dentes
E se manter longe da sua laia