Uma coisa infelizmente parece levar a outra. Mas antes de falarmos sobre essa ligação, precisamos deixar claro o que é o Complexo de Madre Teresa e de Mártir.
O Complexo de Madre Teresa trata-se daquela pessoa que não só não consegue dizer "não" para outras como também sente-se feliz, sente prazer e uma sensação de autorrealização quando ajuda o próximo. Aparentemente podemos considerar essa pessoa um exemplo raro de bom coração, porém não é tão simples assim. Se fizermos uma análise mais a fundo, percebemos que a pessoa que sofre do Complexo de Madre Teresa por seus próprios meios tenta sempre provar sua superioridade exaltando a miséria alheia e sua benevolência em combatê-la. Ele ama a fragilidade dos outros e os humilha com sua ajuda, obviamente mascarando esses sentimentos interpretando o personagem do herói dos fracos, como realmente fora Madre Teresa.
Já o Complexo de Mártir é mais fácil de ser identificado, simplesmente é a pessoa que se viciou em reclamar e se fazer de vítima. O mundo é um vilão e todos exceto quem sofre do complexo são mártires que são torturados pelos outros. O problema dos casos que sofrem do Complexo de Madre Teresa, quando deparados com a realidade de que não há como ajudar a todos sem se prejudicar ou sem sacrifícios, é a tendência em adquirir o Complexo de Mártir. Eles então sentem-se explorados por quem eles ajudaram e os encaram como aproveitadores, sendo o oposto a verdadeira realidade.
Entretanto o perigo se instala de fato quando uma pessoa que sofre desses dois males encara uma outra, que é devota da Santa Ignorância que não é conhecida por sua paciência, mas sim por sua sinceridade cáustica. Estes fiéis seguidores da honestidade "doa a quem doer" não engolem todo o jogo de valores invertidos e deformados e jogam na cara do doente a sua insanidade. Não é preciso dizer que esse confronto com sua própria loucura não é agradável, portanto toda a frustração do doente dos dois complexos recai sobre o impaciente em questão.
Enfim, seria mais saudável se os que sofrem de um ou dos dois complexos, já que eles são por natureza mais adaptáveis, aprendessem a lidar com as pessoas com menos paciência e mais sinceras. Elas jamais vão encontrar um ombro amigo para ser cúmplice de seu teatro intragável nestes indivíduos.
A conclusão que tiramos desses episódios é que devemos, em prol da boa convivência, aprender a respeitar a neurose do outro para mantermos a nossa neurose intacta.
De perto, realmente Wilde, ninguém é normal.
O Complexo de Madre Teresa trata-se daquela pessoa que não só não consegue dizer "não" para outras como também sente-se feliz, sente prazer e uma sensação de autorrealização quando ajuda o próximo. Aparentemente podemos considerar essa pessoa um exemplo raro de bom coração, porém não é tão simples assim. Se fizermos uma análise mais a fundo, percebemos que a pessoa que sofre do Complexo de Madre Teresa por seus próprios meios tenta sempre provar sua superioridade exaltando a miséria alheia e sua benevolência em combatê-la. Ele ama a fragilidade dos outros e os humilha com sua ajuda, obviamente mascarando esses sentimentos interpretando o personagem do herói dos fracos, como realmente fora Madre Teresa.
Já o Complexo de Mártir é mais fácil de ser identificado, simplesmente é a pessoa que se viciou em reclamar e se fazer de vítima. O mundo é um vilão e todos exceto quem sofre do complexo são mártires que são torturados pelos outros. O problema dos casos que sofrem do Complexo de Madre Teresa, quando deparados com a realidade de que não há como ajudar a todos sem se prejudicar ou sem sacrifícios, é a tendência em adquirir o Complexo de Mártir. Eles então sentem-se explorados por quem eles ajudaram e os encaram como aproveitadores, sendo o oposto a verdadeira realidade.
Entretanto o perigo se instala de fato quando uma pessoa que sofre desses dois males encara uma outra, que é devota da Santa Ignorância que não é conhecida por sua paciência, mas sim por sua sinceridade cáustica. Estes fiéis seguidores da honestidade "doa a quem doer" não engolem todo o jogo de valores invertidos e deformados e jogam na cara do doente a sua insanidade. Não é preciso dizer que esse confronto com sua própria loucura não é agradável, portanto toda a frustração do doente dos dois complexos recai sobre o impaciente em questão.
Enfim, seria mais saudável se os que sofrem de um ou dos dois complexos, já que eles são por natureza mais adaptáveis, aprendessem a lidar com as pessoas com menos paciência e mais sinceras. Elas jamais vão encontrar um ombro amigo para ser cúmplice de seu teatro intragável nestes indivíduos.
A conclusão que tiramos desses episódios é que devemos, em prol da boa convivência, aprender a respeitar a neurose do outro para mantermos a nossa neurose intacta.
De perto, realmente Wilde, ninguém é normal.
6 comentários:
Zé gostei do modo como trabalhou com os arquétipos e principalmente a dificuldade de ver as coisas pelo prisma de uma única moral, quando em muito ela para alguns com tons cáusticos que não engolem qualquer sermão, são pontos de violência sobre qualquer outra forma de ser, que não necessariamente corresponda com o que legitima o mártir ou a dona teresa. Realmente isso é muito complicado, principalmente até onde vai a teresa e aquele que sempre estará jogando o outro para corresponder ao seu favor?
Ao mesmo tempo gostei do texto por outro lado, pois não cai no famoso tudo pode, cada um é cada um, pois mesmo que exista a neurose alheia existe ao mesmo tempo o cuidado e o trabalho,que de muito como disse, em prol da boa convivência. Bom texto zé.
José, seu blog é excelente, mas ao rever e mostrar ao um colega, percebi que no seu último post mudou a fotografia, pq?
Como vi que participa do blog Uma Estranha no Livro, saber dizer qual é o email da autora do blog? Abs!
Meu amigo batráquio Fulano e querido Daniel, obrigado pelos comentários. Realmente, a foto mudou, achei que a imagem da Madre Teresa não passava necessariamente a essência da alegoria que quis passar e alguém poderia confundir as coisas.
E a autora do uma estranha do livro é a minha mulher, Andressa. Ela escreve muito bem, é a minha musa. Tenho certeza que ela vai adorar a visita e os comentários de ambos no blog dela. Nem preciso falar que eu recomendo, né?
Temos mártires aos montes... E, pra falar a verdade, eles me cansam muito mais do que as Teresas...
Daniel, meu e-mail é andressa.furtado@gmail.com
Espero que também goste do "Uma Estranha no Livro". Seja muito bem vindo, puxe uma cadeira e divirta-se.
Zé,
Será que haverá inspiração para um texto novo? Um poema, talvez? :)
(é, estou fazendo cara de sapeca...)
ZÉ ADOREI OS ESCLARECIMENTOS FEITOS.
NÃO ERA COMHECEDOR DESSA DOENÇA SE É QUE POSSO CHAMALA ASSIM, (DESCULPE MINHA IGMORANCIA)EM FIM AGORA POSSO ENTENDER ALGUMAS QUESTOES DE MINHA VIDA QUE ATÉ ENTÃO ERÃO DESCONHECIDOS POR MIM. BJS
Postar um comentário