sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Siringe

A ninfa descansava nua sob o sol com os cabelos dourados acariciados pela brisa quente, o calor agia devagar e lentamente o ar morno colocava todo o mundo fatigado.
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Ao longe pastores guiavam seus rebanhos pelos campos e as árvores do bosque murmuravam uma canção de ninar em conjunto com as águas onde náiades se banhavam. No meio de seu devaneio ela sentia surgir sorrateiramente o ser meio-homem, meio-bode, que tanto abominava. Ele esgueirava-se e a encontrava indefesa e excitada. Sua língua quente e áspera de besta machucava o sexo de Siringe que se abria para sentir aquele incômodo prazeiroso. Ele encaixava a cabeça entre suas pernas e bebia qual um animal voraz dos lábios de Siringe. Seu beijo fazia-a contorcer-se, não podia acordar, sentia-se enfeitiçada e desesperada de lascívia.
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Então ao se entregar Siringe acordava. Sonhava sempre o mesmo sonho e temia não resistir se o deus dos bosques fosse de fato procurá-la como Morfeu profetizava. Até que em uma tarde de verão aconteceu o que a ninfa tanto temia e aguardava. O sátiro surgiu da mata pronto para tomá-la e amedrontada pela paixão de seu perseguidor, Siringe pôs-se a correr. Contudo não havia para onde fugir e ao alcançar o rio Ladon, a ninfa implorou ajuda às náiades. Elas se compadeceram de seu medo e a transformaram. O fauno ao chegar às margens do Ladon encontrou apenas o vento fazendo os bambus cantarem, os bambus nos quais Siringe fora transformada.
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Pã não desistiu. Enfurecido, expulsou as náiades, depois, fez dos bambus uma flauta, assim teria Siringe eternamente ao alcance de sua boca. E a julgar pelo som que a flauta produzia, não resta dúvida que Siringe se deixou levar pelos lábios do deus selvagem gemendo melodias e gozando todas as vezes que ele a tocava.

7 comentários:

I'm Nina, Marie, etc... disse...

Oh, yeah... Play ME!
:)

Caolho disse...

Gostei muito zé... perfeito o modo como narrou, foi de se conduzir até o fim sem perder o encanto. (realmente devo ser um pervertido para alguns depois desse comentário, quando do carnal retiro as delícias e encantos).

E agora José? disse...

Bem-vindo ao lado perverso da literatura meu amigo. Ele pode ser mal-visto, mas é muito divertido.

sel disse...

oiiii...diverito é pouco amigo...só a imagem já dá arrepios...e o conteúdo produz um tipo de batimentos desorbitantes....hehehe!!!bjitos!

André Al Braga disse...

José, José... descobriu o segredo do nosso romance rs rs...

Abrçs

André Al Braga
http://mundoid.blogs.sapo.pt/

Cris França disse...

encantei-me com tudo o que vi, mas este texto arrebatou-me.

abraços

Anônimo disse...

Entrei aqui por acaso... Um conto mt bom, cara! ^^
O lado pervertido da literatura... mt bem bolado, parabéns!