quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Pequena Morte


Que as chamas devorem os fracos, incendeiem as almas, queimem as feridas, incinerem o passado e das cinzas renasça mais forte o desejo. Ardente, flamejante, em beijos inflamáveis e pele febril, corpos suados e noites infernais. Pois o futuro será ígneo, vulcânico, quente e úmido, forte, lento e fundo. Regado a gasolina, traga um fósforo para brincarmos com fogo. Combustão de prazer, carbonizando fantasias, o combustível é a saliva. E lancemos nessa pira os lencóis sujos e deitemos sobre o carvão faiscante, salamandras insinuantes, bailando, dragões e diabos ao redor de nossa consumação piromaníaca. Labaredas lambendo a pele, as paredes, os sexos. Derretendo velas e estátuas de cera, anjos escorrendo, o prazer manchando a pele, sangue pulsando rápido e fervente. Sentidos em ebulição, gritando em vapores abafados a liberdade e a solidão, a pequena morte.

4 comentários:

I'm Nina, Marie, etc... disse...

Forte, lento e fundo!
Um brinde à pequena morte!

Anônimo disse...

necessario verificar:)

Andréa Ferraz disse...

Zé isso merece um desenho...perfeito!!

Andréa Ferraz disse...

Zé...tomei a liberdade de criar um desenho pra esse texto e publiquei lá no blog...tudo bem?