Silenciosamente na calada da noite em adegas, tavernas, calabouços, nos esgotos, porões e em terríveis esconderijos nos reuniremos. Sem armas, mas ideias e lembranças, um ninho de serpentes e desejos. Revolta e sonhos. Ali, traçados os planos maquiavélicos de liberdade, iremos vandalizar suas estátuas e monumentos, destruir e incendiar suas torres de orgulho e preconceito. Como sombras ganharemos as avenidas e querubins serão os arautos do seu pesadelo.
Tomar seus prédios e parlamento, desfazer suas leis e mandamentos. Sabotar o esquema e o sistema em que te fizeste eleito para deitar em seu leito. Jamais de direito. Em assalto lhe envenenaremos e tomaremos o que sempre fora nosso, o lugar de onde nunca sairemos. E picharemos teu nome e jogaremos lama em sua reputação e escancararemos teus segredos espalhando-os como tripas jogadas pelas ruas. Todos os seus defeitos. Se vencemos antes, se não o matarmos, destronaremos. Ao menos.
Pois nada escapa, nada se apaga, nada se desfaz. Tudo se transforma e a hora é agora. Nunca antes, para trás. Seu estado será roubado, seus tesouros pilhados e o caos imperará, com lascívia iremos festejar durante cem anos em lençol de cetim. Aguarde, aguarde, nos ouça na calada da noite, a horda, espere e verá.
O que foi é o que será.
Coup D'état
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