Há uma besta rangendo os dentes
Se debatendo contra as correntes
Batendo a cabeça nas paredes
Embaixo da minha pele
A prisão estremece com seus urros
De tantos repetidos murros
Meus ossos estalam
Um lago profundo onde um monstro se esconde
Um jardim encantado onde uma serpente espreita
Incógnita entre as flores e os frutos
Um santuário exterior
Uma ruína interna
Secreto aos olhos de estranhos
Aprisionado comigo a tantos anos
Me deparei conversando com este ser
Que já não sei mais quem somos
Me escondo na luz por me sentir mais seguro
Ou nas trevas por preferir o oculto?
Sou eu quem guardo as chaves da masmorra
Ou é ele que me faz refém sem eu me dar conta?
Sem saber as repostas seguimos juntos
Siameses, inimigos, cúmplices
Para o túmulo
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