O Brasil assiste o conservadorismo dar os seus últimos pontapés. Nós não somos conservadores. Adoramos putaria. Somos apenas hipócritas.
Queremos ser homofóbicos, mas somos um dos países que mais pesquisam pornô com travestis. Não queremos a liberação das drogas, porém fazemos piada e idolatramos os piores momentos de famosos como o Fábio Assunção. Condenamos as mulheres, entretanto as gravamos e expomos em grupos. Não queremos o aborto, contudo julgamos e condenamos cada criança de rua que se aproxima porque ela não tem força de vontade suficiente e sucumbe às drogas, à criminalidade como se isso fosse uma questão apenas de escolha pessoal. Odiamos o funk e queremos proibi-lo, mas há alguns anos atrás dançamos na boquinha da garrafa.
Enfim, a forma que nos vemos não se encaixa com quem nós somos. E isso acontece porque temos um complexo de vira-lata que se enxerga menor e aplaude a elite e diminui a massa.
Brasileiros, nós somos a massa. Os 99%. Aqueles que se fodem todos os dias. Que não desfrutam dos privilégios e lutam para ter os poucos direitos garantidos. Que aguardam em filas, que deixam seus filhos em escolas que são grandes celeiros de gente. Que morrem nos hospitais públicos. E quando alguém ousa dizer que quem está errado, que a esculhambação vem exatamente dos 1% que parasita e abusa de todo o resto ainda ouvimos dizer que estes são loucos, são sonhadores.
Meus amigos, estou do lado de quem quer mudar e não manter as coisas como estão. Temos vários candidatos com um mesmo discurso, 50 tons de Temer. Mas alguém ali quer fazer a diferença. E só por isso já merece o meu respeito. De mediocridade já estamos mais do que bem servidos.
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