Nós nascemos derramando sangue
Abrindo caminho como um caranguejo saído do mangue
Do lodo nós viemos projetados para sofrer
Andando sempre para trás somos o retrocesso da evolução
E nos contentamos para sobreviver a
Causar cada vez mais dor ao penetrar
Sangue, a cada mês o casulo da vida
Se perde e se esvai como uma ferida
Uma cicatriz que não se cura
Um coito interrompido, fúria
O irmão mata o irmão
A mãe afoga o embrião
O pai devora o varão
O filho destrona o barão
Na linha de sucessão
Só a violência impera
E temos prazer no sofrimento
Envenenamos o pensamento
Com ódio, rancor, mágoa
A vingança condicionada
Tragédia anunciada a cada alvorada
Recorrer aos instintos mais básicos
Aos que nascem sem garras cria-se a espada
Eu desafio a todos a realmente serem bravos
E encarar a existência na palavra
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