sexta-feira, 3 de novembro de 2023

DEPETRIS - Das Pedras à Pedra que o Rio Cavou - DELFINA - Capítulo III


De pé, da esquerda para a direita: Rocco Ligório (marido de Nelsa), Margarida Depetris, Sebastião Depetris (meu avô), João Depetris (já falecido)

Segunda fileira, da esquerda para a direita: Antonio Depetris (de pé), José Depetris, Delfina Depetris, Nelsa Depetris Ligório, Hélio Depetris e Edite Depetris

Crianças: Terezinha Depetris, Evandro Maximiniano Depetris, Rubina e Rosa (filhas de Nelsa)

Foto tirada por Jansson em seu estúdio

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DEPETRIS

Das Pedras à Pedra que o Rio Cavou

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DELFINA - Capítulo III

Todavia o gênio forte de Emília marcou sua filha Delfina que carregava em si traços de ambos os pais. De tez bem morena ao contrário da mãe, mas alta qual a alemã, magra, voz rouca devido ao fumo, intrépida: esta era Delfina. A menina Delfina convivendo com os acontecimentos estranhos que rodeavam a mãe e ouvindo as histórias da família Altimiha - da esposa de Antonio Diogo que aparentemente além de se envolver com Emília e talvez com Paulina chegou a se casar em outro momento com uma terceira mulher - contou anos mais tarde para meu avô sobre o caso do pai da esposa de Antonio Diogo.

Quando o sogro de Antonio Digo era criança, contava Delfina, que o menino queria descobrir o que perturbava as galinhas durante a semana santa. Montou tocaia perto do galinheiro ele e seus amigos e conseguiram prender o ladrão de galinhas com vários laços. Tratava-se de um cachorrão nunca visto por ali, de porte maior que qualquer outro. O arrastaram para perto do fogo para vê-lo melhor e perceberam então que não se tratava de um animal e sim de um preto velho nu. Completamente surpresos e amedrontados pela descoberta inusitada e desconcertante entregaram uma muda de roupa para o senhor que partiu sem dizer uma palavra. Algum tempo depois a roupa fora devolvida, deixada pendurada na cerca.

Meu avô questionava a veracidade desta história por se tratar de crianças que poderiam estar mentindo, contudo, jamais do lobisomem em si. Para meu avô estes seres eram reais e muitas outras coisas coexistiam conosco que não conhecemos ou podemos explicar. Ele se gabava de não temer homem algum, mas quando o assunto eram as “visages” aí a conversa mudava. Este paradoxo de contradições definiam tanto o meu avô Sebastião quanto Delfina sua mãe.

Delfina nasceu em Mato Preto no município de Cerro Azul e cresceu junto à mãe Emília. O sobrenome Depetris foi trazido a nossa família através do marido de Delfina, José Depetris Sobrinho, também de Mato Preto. José Depetris e Delfina tiveram nove filhos, cinco homens e quatro mulheres, sendo o primeiro deles, meu avô, Sebastião Depetris. Os nomes dos irmãos e irmãos de meu avõ são: Nelsa Depetris Ligório (conhecida por “Negra”), João Depetris, Margarida Depetris Pellegrinetti, Hélio Depetris, Antonio Depetris, Edite Depetris Akim, Terezinha Depetris de Souza e Evandro Maximiniano Depetris. Os filhos e filhas de Delfina se espalharam entre as cidades de Itararé, Apiaí, Adrianópolis e Curitiba.


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