sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Mozart - Requiem em Ré Menor



Requiem
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I. Introitus
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Requiem aeternam dona eis, Domine,
Repouso eterno dá-lhes, Senhor,
Et lux perpetua luceat eis.
E luz perpétua os ilumine.
Te decet hymnus, Deus, in Sion,
Tu és digno de hinos, ó Deus, em Sião,
et tibi reddetur votum in Jerusalem:
e a ti rendemos homenagens em Jerusalém:
Exaudi orationem meam,
Ouve a minha oração,
ad te omnis caro veniet.
diante de Ti toda carne comparecerá.
Requiem aeternam dona eis, Domine,
Repouso eterno dá-lhes, Senhor,
Et lux perpetua luceat eis.
E luz perpétua os ilumine.
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II. Kyrie
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Kyrie eleison.
Senhor, tem piedade.
Christe eleison.
Cristo, tem piedade.
Kyrie eleison.
Senhor, tem piedade.
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III. Sequentia
*
...
1 - Dies irae
...
Dies irae, dies illa
Dia de ira, aquele dia
solvet saeclum in favilla
no qual os séculos se desfarão em cinzas
teste David cum Sibylla.
assim testificam Davi e Sibila.
Quantus tremor est futurus,
Quanto temor haverá então,
Quando judex est venturus,
Quando o Juiz vier,
Cuncta stricte discussurus.
Para julgar com rigor todas as coisas.
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2 - Tuba mirum
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Tuba mirum spargens sonum
A trombeta poderosa espalha seu som
per sepulcra regionum,
pela região dos sepulcros,
coget omnes ante thronum.
para juntar a todos diante do trono.
-
Mors stupebit et natura
A morte e a natureza se espantarão
cum resurget creatura,
com as criaturas que ressurgem,
judicanti responsura.
para responderem ao juízo.
-
Liber scriptus proferetur,
Um livro será trazido,
in quo totum continetur,
no qual tudo está contido,
unde mundus judicetur.
pelo qual o mundo será julgado.
-
Judex ergo cum sedebit,
Logo que o juiz se assente,
quidquid latet apparebit:
tudo o que está oculto, aparecerá:
nil inultum remanebit.
nada ficará impune.
-
Quid sum miser tunc dicturus?
O que eu, miserável, poderei dizer?
Quem patronum rogaturus,
A que patrono recorrerei,
cum vix justus sit seccurus?
quando apenas o justo estará seguro?
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3 - Rex tremendae
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Rex tremendae majestatis,
Ó Rei, de tremenda majestade,
qui salvandos salvas gratis,
que ao salvar, salva gratuitamente,
salva me, fons pietatis.
salva a mim, ó fonte de piedade.
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4 - Recordare
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Recordare, Jesu pie,
Lembra-te, ó Jesus piedoso,
quod sum causa tuae viae,
que fui a causa de tua peregrinação,
ne me perdas illa die.
não me perca naquele dia.
-
Quaerens me, sedisti lassus
Procurando-me, ficaste exausto
redemisti crucem passus
me redimiste morrendo na cruz
tantus labor non sit cassus.
que tanto trabalho não seja em vão.
-
Juste judex ultionis,
Juiz de justo castigo,
donum fac remissionis
dai-me o dom da remissão
ante diem rationis
diante do dia da razão
-
Ingemisco tamquam reus
Choro e gemo como um réu
culpa rubet vultus meus
a culpa enrubesce meu semblante
supplicanti parce, Deus.
a este suplicante poupai, ó Deus.
-
Qui Mariam absolvisti,
Tu, que absolveste a Maria,
et latronem exaudisti
e ao ladrão ouviste
mihi quoque spem dedisti.
a mim também deste esperança.
-
Preces meae non sunt dignae
Minhas preces não são dignas
sed tu bonus fac benigne,
sê bondoso e faça misericórdia,
ne perenni cremer igne.
que eu não queime no fogo eterno.
-
Inter oves locum praesta
Dai-me lugar entre as ovelhas
et ab haedis me sequestra
e afastai-me dos bodes
statuens in parte dextra.
que eu me assente à Tua direita.
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5 - Confutatis
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Confutatis maledictis
Condenados os malditos
flammis acribus addictis
e lançados às chamas devoradoras
voca me cum benedictis.
chama-me junto aos benditos.
-
Oro supplex et acclinis
Oro, suplicante e prostrado
cor contritum quasi cinis
o coração contrito, quase em cinzas
gere curam mei finis.
tomai conta do meu fim.
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6 - Lacrimosa
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Lacrimosa dies illa
Dia de lágrimas será aquele
qua resurget ex favilla
no qual os ressurgidos das cinzas
judicandus homo reus.
serão julgados como réus.
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Huic ergo parce, Deus
A este poupa, ó Deus
pie Jesu Domine
piedoso Senhor Jesus
Dona eis requiem, Amen.
Dá-lhes repouso. Amém.
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IV. Offertorium
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1 - Domine Jesu Christe
Domine Jesu Christe, Rex gloriae,
Senhor Jesus Cristo, Rei da Glória,
libera animas omnium fidelium defunctorum
liberta as almas de todos os que morreram fiéis
de poenis inferni et de profundo lacu:
das penas do inferno e do lago profundo:
Libera eas de ore leonis,
Libertai-as da boca do leão
Ne absorbeat eas tatarus, ne cadant in obscurum:
Que não sejam absorvidas no inferno, nem caiam na escuridão:
Sed signifer sanctus Michael repraesentet eas in lucem sanctam:
Mas que o santo arcanjo Miguel as introduza na luz santa:
Quam olim Abrahae promisiti et semini ejus.
Conforme prometeste a Abraão e à sua descendência.
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2 - Hostias
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Hostias et preces tibi, Domine, laudis offerimus:
Sacrifícios e preces a Ti, Senhor, oferecemos com louvores:
Tu suscipe pro animabus illis,
Recebe-os em favor daquelas almas,
quarum hodie memoriam facimus:
Das quais hoje nos lembramos:
Fac eas, Domine, de morte transire ad vitam.
Fazei-as, Senhor, da morte passarem para a vida.
Quam olim Abrahae promisisti et semini ejus.
Conforme prometeste a Abraão e à sua descendência.
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V. Sanctus
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Sanctus, Sanctus, Sanctus Dominus, Deus Sabaoth.
Santo, Santo, Santo, Senhor Deus dos Exércitos.
Pleni sunt coeli et terra gloria tua.
Cheios estão os céus e a terra da Tua glória.
Hosanna in excelsis.
Hosana nas alturas.
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VI. Benedictus
...
Benedictus, qui venit in nomine Domini
Bendito o que vem em nome do Senhor
Hosanna in excelsis.
Hosana nas alturas.
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VII. Agnus Dei
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Agnus Dei, qui tollis peccata mundi: donna eis requiem.
Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo: dai-lhes o repouso.
Agnus Dei, qui tollis peccata mundi: donna eis requiem sempiternam.
Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo: dai-lhes o repouso eterno.
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VIII. Communio
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Lux aeterna luceat eis, Domine:
Que a luz eterna os ilumine, Senhor:
Cum Sanctis tuis in aeternum: quia pius es.
Com os teus santos pela eternidade: pois és piedoso.
Requiem aeternam dona eis, Domine:
Repouso eterno dá-lhes, Senhor:
Et lux perpetua luceat eis.
E que a luz perpétua os ilumine.
Cum Sanctis tuis in aeternum: quia pius es.
Com os teus santos pela eternidade: pois és piedoso.
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terça-feira, 11 de novembro de 2008

Pulso


Quando você se ajoelha, servil e solene, ante a mim com os olhos rasgados
Que sorriem maliciosos pelos lábios que me beijam onde sou mais fraco
Suas pequeninas e leves mãos tocando-me com a delicadeza e dedicação
De um gentil e diabólico querubim pornográfico
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Meus dedos se agarram trêmulos às selvagens cascatas de cachos carmim
Você então, me aninha carinhosamente em seu colo, entre seus seios fartos
Para que eu possa sentir o bater profano de seu sagrado coração apaixonado
E responder em pulsar crescente e espumante meu veneno, flecha de Eros alvejado
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O ritmo do sangue em nossas veias, fogo líquido correndo feroz e rápido
A tortura cuidadosa de seu corpo, templo, altar, venerando-me o falo
Ninando meu desejo lascivo, servindo é que você me faz de escravo
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Inocentemente, com a candura maléfica de um anjo caído, você continua
Parecendo não ouvir meu sofrimento, meus júbilos, suplicantes gemidos
Até eu romper incendiando seu busto e rosto, me desfazendo em gozo e gritos
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