quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Sessão: Texto para se pensar - DEPOIS DE ALGUM TEMPO



DEPOIS DE ALGUM TEMPO...
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"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar a alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e os olhos adiante, com a graça de um adulto e não a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair meio ao vão."
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"Depois de algum tempo, você aprende que o sol queima, se ficar a ele exposto por muito tempo. E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que, não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando, e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá para o resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer, mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos, se compreendermos que os amigos mudam. Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com que você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso, devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos."
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"Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm muita influência sobre nós, mas que nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que você pode ser. Descobre que leva muito tempo para se chegar aonde está indo, mas que, se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados."
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"Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, 0enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute, quando você cai, é uma das poucas pessoas que o ajudam a levantar-se. Aprende que a maturidade tem mais a ver com tipos de experiências que se teve e o que se aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais de seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes, e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva, tem direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama mais do jeito que você quer não significa que esse alguém não o ame com todas as forças, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, e que algumas vezes, você tem que aprender a perdoar a si mesmo."
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"E que, com a mesma severidade com que julga, será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára, para que você junte seus cacos. Aprende que o tempo não é algo que se possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende realmente que pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir mais longe, depois de pensar que não pode mais. E que realmente a vida tem valor diante da vida !!!"
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Veronica A. Shoffstall
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Enfim, arrumado como deveria ser. Esse texto que é creditado através da internet a Shakespeare, é na verdade da autoria de Veronica A. Shoffstall.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Textos para se pensar: Monólogo das Mãos












Monólogo das Mãos
de Oduvaldo Vianna
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Para que servem as mãos?
As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder, ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar, confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar, acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir, reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, trabalhar, escrever......
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As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau, salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário; Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não matou Porcena; foi com as mãos que Jesus amparou Madalena; com as mãos David agitou a funda que matou Golias; as mãos dos Césares romanos decidiam a sorte dos gladiadores vencidos na arena; Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência; os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos vermelhas como signo de morte!
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Foi com as mãos que Judas pôs ao pescoço o laço que os outros Judas não encontram. A mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a corda; o operário construir e o burguês destruir; o bom amparar e o justo punir; o amante acariciar e o ladrão roubar; o honesto trabalhar e o viciado jogar. Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor ou uma granada, uma esmola ou uma bomba! Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia!
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As mãos fazem os salva-vidas e os canhões; os remédios e os venenos; os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva. Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas protegemos a vista para ver melhor. Os olhos dos cegos são as mãos. As mãos na agulheta do submarino levam o homem para o fundo como os peixes; no volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros.
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O autor do "Homo Rebus" lembra que a mão foi o primeiro prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida; a primeira almofada para repousar a cabeça, a primeira arma e a primeira linguagem. Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas. A mão aberta, acariciando, mostra a bondade; fechada e levantada mostra a força e o poder; empunha a espada a pena e a cruz!
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Modela os mármores e os bronzes; da cor às telas e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia nas formas eternas da beleza. Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza; doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta os aflitos e protege os fracos. O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento de felicidade. O noivo para casar-se pede a mão de sua amada; Jesus abençoava com a s mãos; as mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as mãos as cabeças inocentes.
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Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica, ainda por muito tempo agitando o lenço no ar. Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias. E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem. Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino.
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E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração pára, o corpo gela e os sentidos desaparecem, são as mãos, ainda brancas de cera que continuam na morte as funções da vida.
E as mãos dos amigos nos conduzem...
E as mãos dos coveiros nos enterram!
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Para quem quiser conferir o monólogo declamado.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Maldição ao Romantismo



















MALDIÇÃO AO ROMANTISMO

Que toquem os menestréis, bardos e trovadores
Cantem, declamem, chorem por seus amores.
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Para a nobreza da corte, durante o dia e a noite
Ou à plebe pobre que só conhece o sabor da foice
Da morte, da peste negra; os cadáveres apodrecem aos montes.
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Alimentam a alma e alimentam a fome dos corpos
A música, a poesia, o poema alegra os povos.
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E os fazem esquecer do suor de seus grandes esforços
Que mantém o luxo dos ricos que se alimentam como corvos
Dos pobres, da carniça, dos mortos.
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Malditos sejam então, os poetas românticos...
Por cegar, pasmar a todos com seus cânticos.
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São piores do que o punhal dos traidores e a adaga dos ladrões
Porque as lâminas ferem apenas a carne; e suas línguas os corações
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Deixem os cavaleiros com suas donzelas e dragões
E não perturbem mais os nossos ouvidos com suas doces canções.
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Esse foi um poema que eu escrevi no 1º ano de Letras. Só coisas leves passavam por minha cabeça na época, mas esperem para ver o que anda ocupando a minha cabeça agora que estamos no fim do curso...

sábado, 18 de agosto de 2007

Sessão: Bons poemas para se pensar um pouco




Mude
Edson Marques
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Mude
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Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade. Mude de caminho, ande por outras ruas, observando os lugares por onde você passa. Veja o mundo de outras perspectivas. Descubra novos horizontes.
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Não faça do hábito um estilo de vida.
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Ame a novidade. Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor. Busque novos amigos, tente novos amores. Faça novas relações. Experimente a gostosura da surpresa. Troque esse monte de medo por um pouco de vida. Ame muito, cada vez mais, e de modos diferentes. Troque de bolsa, de carteira, de malas, de atitude.
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Mude.
Dê uma chance ao inesperado.
Abrace a gostosura da Surpresa.
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Sonhe só o sonho certo e realize-o todo dia.
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Lembre-se de que a Vida é uma só, e decida-se por arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Abra seu coração de dentro para fora.
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Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
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Exagere na criatividade.
E aproveite para fazer uma viagem longa, se possível sem destino. Experimente coisas diferentes, troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você conhecerá coisas melhores e coisas piores, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, a energia, o entusiasmo
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Só o que está morto não muda !
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Eu vi o Abujamra declamar o primeiro verso desse poema no programa dele, Provocações, na Cultura certa vez, programa muito bom por sinal. Achei fantástico. E aí, hoje, fazendo mil coisas ao mesmo tempo no computador e com a TV ligada para espantar a solidão, eis que o carinha da Revista de Sábado fala sobre o mesmo poema em uma reportagem. Decidi que tinha que ler o poema por inteiro e gostei bastante.
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Segue um vídeo com um show de slides ilustrando o poema:

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Mitologia para todos de Homero-Machado

ERICSTÃO, O REI
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A fome lhe arrebatava de tal forma
Que mesmo a colheita de todo um ano de seu reino
Não era o suficiente para saciar seus desejos
Pois não se alimentava de banquetes e vinho seu espírito
Mas do poder de, se o quisesse, tê-los

Seu domínio vivia em guerra com seus vizinhos
Afinal sua ambição não tinha fronteiras
Tudo que lhe despertasse beleza
E que de alguma forma ele soubesse que aos outros agradaria
Tomava para si no desespero de manter consigo
Os tesouros de todo uma vida
Em seus cofres mais secretos ele os guardava herméticos
Para que ele somente pudesse apreciá-los
Até o fim de seus dias

E assim sendo, com seu desprezo pelos poderes divinais
Colheu o fruto da árvore proibida de Artémis
A Deusa Amazona da Lua e das terras selvagens
Que furiosa por tal afronta
O amaldiçoou a nunca mais ter paz
Se sua fome de poder era tanta
Nunca de novo se saciaria, jamais

Noites e dias se passaram enquanto a besta dentro dele o consumia voraz
A corte, seus conselheiros e partidários leais caíram diante desse monstro atroz
O sangue se derramaria pelas casas de ricos e pobres
A terra morria por onde ele passava
Os campos, as florestas e todas as matas
Enegreceram e apodreceram
O seu reino virou pó, não sobrou nada

E então, sozinho no deserto estéril que ele criara
Tendo somente o vento e a sombra como companhia
Dentro dele a fera da fome ainda se debatia

Ele levou o braço aos dentes afiados
E cravou-os sentindo o sangue descendo pela garganta

E devorou sua carne com ânsia
Até o último naco de ganância
Desaparecendo dentro das suas frias e escuras entranhas


Esse é um poema meu que fala sobre um mito grego pouco conhecido, o Rei Ericstão. É uma alegoria sobre a ganância sem limites, a ambição sem fronteiras.
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O Poder corrompe.
O Poder absoluto corrompe absolutamente.
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Não lembro quem disse isso, mas é o que o Rei Ericstão representa.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Mais Leminski pra vocês, todo dia é dia do poeta

dois loucos no bairro

um passa os dias
chutando postes para ver se acendem

o outro as noites
apagando palavras
contra um papel branco

todo bairro tem um louco
que o bairro trata bem
só falta mais um pouco
pra eu ser tratado também