sábado, 14 de fevereiro de 2009

A Poesia possui razões que a própria Razão desconhece

..."Razão, de que me serve o teu socorro? Mandas-me não amar, eu ardo, eu amo; Dizes-me que sossegue: eu peno, eu morro."
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(Bocage)
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Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu
Se ninguém resiste a uma análise profunda, quanto mais eu! Ciumento, exigente, inseguro, carente
todo cheio de marcas que a vida deixou:
Vejo em cada exigência um grito de carência, um pedido de amor!
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Amor, amor é síntese,
uma integração de dados:
não há que tirar nem pôr.
Não me corte em fatias, (ninguém abraça um pedaço),
me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor!
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- Eu queria propor-lhe uma troca de idéias...
- Deus Me livre!
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(Mario Quintana)
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“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, pra sempre, à margem de nós mesmos.”
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(Fernando Pessoa)
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" A conquista da liberdade é algo que faz tanta poeira, que por medo da bagunça, preferimos, normalmente, optar pela arrumação"
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(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

CUNNILINGUS


CUNNILINGUS
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Minha boca abriga a serpente do Éden
Quando afasto suas pernas
Como Sansão derrubando o templo
A língua-víbora se desprende
Engolindo o Fruto Proibido
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Minha boca esconde um beija-flor
Que se alimenta da rosa
Que você esconde entre as suas coxas
Pássaro vermelho que faz ninho, carinho
Nas pétalas rubras
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Meus dedos se escondem no calor do seu corpo
No fundo e úmido espaço que me pertence
Imitam movimentos e qual um anjo a tocar harpa
Arrancam notas sôfregas da sua garganta
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Meus dentes afiados seguram a maciez do sexo
Em fibras e folhas e semente e orvalho
Imobilizando o seu quadril que se levanta
Para me levar o banquete mais próximo à boca
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Você me tenta com palavras
Me puxa pelos cabelos
Implora e chora de arrependimento
Porque a tortura prazerosa
De boca, língua, dedos e dentes
Não te deixa força suficiente
Para negar a rendição da maré
Que se arrebenta contra meu rosto
Que me lava a barba
Que me mata a sede
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JOSÉ RODOLFO KLIMEK DEPETRIS MACHADO