segunda-feira, 1 de junho de 2009

À Pequena Esfinge


Os sentimentos são cavalos selvagens. Inerentes e inevitáveis, belos como o amanhecer e terríveis como a tempestade. Não importa o quanto se esforce, é impossível livrar-se dos dolorosos e preservar somente os agradáveis. É da nossa natureza conviver com todos os tipos de experiência e a incapacidade de sentir é sempre mais perigosa do que de se deixar levar pelos sentimentos. Porque podemos aprender a vigiá-los, mas não podemos criá-los. Ou somos capazes de nos emocionar ou não. O quanto antes encararmos tal fato, mais cedo podemos descobrir como lutar contra os nossos demônios e melhor nos conhecermos. É preciso que sejamos o Cérbero de nossos Hades. Só através do confronto o portão para selar o que não deve prevalecer pode se manter hermeticamente fechado: olhando para o abismo tendo ciência que ele nos observa de volta.
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Antes de praguejar contra a escuridão acenda uma vela, mas esteja preparado para o que se esconde na escuridão. Ninguém está sozinho no escuro. É necessário ser muito destemido para lutar contra o monstro interior sem se tornar um; não há vitória jamais, no máximo uma trégua forçada. O que não nos destrói nos fortalece e a sabedoria para aceitar o que somos nasce de tais batalhas. Somos nosso pior inimigo, conhecemos nossos pontos fracos, mas só um pode ser capaz de perdurar - ou os sentimentos ou a razão.
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Eu arranquei as garras, os dentes e as asas do dragão mesmo sabendo que iriam crescer novamente, enquanto viver ele é uma ameaça. Mas desde que eu seja capaz de acorrentá-lo e não o contrário, serei feliz. E só posso ser feliz amando, o inferno ao tempo que fica mais distante se incendeia mais facilmente.
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A intimidade é algo sublime por permitir uma confiança em um nível que só se pode possuir com quem se ama e ninguém mais. No entanto permanecemos desarmados e vulneráveis aos sentimentos, dos mais elevados aos mais mesquinhos. E não temos o direito de atacar qualquer pessoa pelo que sentimos e ceder a esse pecado é inquestionavelmente um ato de covardia. Contudo, assim como unicamente Afrodite aplacava a fúria de sangue de Ares, só a minha mulher pode me ajudar a ser uma pessoa melhor. Quem deve lutar contra o meu pior sou eu, porém esse combate se tornou extremamente mais fácil desde que eu tenho você.
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Eternamente seremos um mistério um para o outro e eu quero morrer te decifrando. Porque apesar de cada ser humano ser um enigma inclusive para si mesmo, você será a pessoa que há de me conhecer como ninguém e a recíproca é verdadeira. Estou mergulhado em sua alma, tão fundo e ligado quanto nossos sexos fundidos na cama. A vida é mais intensa com a sua cumplicidade minha Pequena Esfinge, e muito mais completa.
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Eu te amo e serei grato ad aeternum pelo seu amor e compreensão.

2 comentários:

I'm Nina, Marie, etc... disse...

Você faz cada coisa...
Aqui (no trabalho) não é hora nem lugar pra eu chorar, mas bateu saudade e vim olhar se havia algo de novo... E não é que achei?

Como eu disse, também luto com um dragão que tem garras mais afiadas do que eu suspeitava... E isso pode até assustar, mas está longe (muito longe) de me fazer desistir...

"When I grow older,
I will be there at your side
to remind you
how I still love you,
I still love you..."

(Love of my life - Queen)

sel disse...

Que lindo isso...falou tanta verdade ae que me comovi,tanto porque tento dominar este meu lado monstro a todo instante.....bjos!