domingo, 14 de março de 2010

O Beijo da Serpente


Insetos invasivos são meus dedos entre os seus cabelos
Puxando e arrancando como se estivesse colhendo
Em um campo, flores do mal
E o vento forte se confunde com seus gritos
.
O sangue embaixo das minhas unhas é tão nobre
Como a terra que se esconde nas mãos do jardineiro
E assim me dedico a tornar seu corpo vivo e florido
Tal uma rosa, em chamas, vivo, vermelho
.
Os meus dentes se alimentam da sua carne
Cravando-se no banquete que você me proporciona
E seus pedidos de misericórdia soam como música para os meus ouvidos
.
Minha sede é saciada na concha úmida que verte
As águas mais doces que a ambrosia dos deuses
Afinal o seu teatro de dor é quase real
.
Contudo o seu sexo excitado não mente
E assim selo nosso amor com um beijo
Minha Eva, sou sua Serpente

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