domingo, 4 de janeiro de 2015

Homem-Barro


A chuva violenta se suicida contra janelas, galhos e chão
Tudo que está acima, está abaixo, ciclo e reflexão
Escorre pelas ruas, empoça, correnteza
A água esconde fúria na beleza

Nem sempre ela circunda o obstáculo
Um rio pode cavar a pedra
E assim, criando cavernas
Um lago que reflete o sol também é escuridão

Mares e oceanos dentro dos seus olhos
Varrendo vilas costeiras, chuvisco sobre a serra
Nós somos ela, redemoinhos de emoções

Perdendo-se dentro de nós ela flui
Circulando através do coração se transforma em sangue
E faz de nós, seres meio líquidos, meio sólidos, feitos do mangue