terça-feira, 11 de novembro de 2008

Pulso


Quando você se ajoelha, servil e solene, ante a mim com os olhos rasgados
Que sorriem maliciosos pelos lábios que me beijam onde sou mais fraco
Suas pequeninas e leves mãos tocando-me com a delicadeza e dedicação
De um gentil e diabólico querubim pornográfico
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Meus dedos se agarram trêmulos às selvagens cascatas de cachos carmim
Você então, me aninha carinhosamente em seu colo, entre seus seios fartos
Para que eu possa sentir o bater profano de seu sagrado coração apaixonado
E responder em pulsar crescente e espumante meu veneno, flecha de Eros alvejado
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O ritmo do sangue em nossas veias, fogo líquido correndo feroz e rápido
A tortura cuidadosa de seu corpo, templo, altar, venerando-me o falo
Ninando meu desejo lascivo, servindo é que você me faz de escravo
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Inocentemente, com a candura maléfica de um anjo caído, você continua
Parecendo não ouvir meu sofrimento, meus júbilos, suplicantes gemidos
Até eu romper incendiando seu busto e rosto, me desfazendo em gozo e gritos
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3 comentários:

I'm Nina, Marie, etc... disse...

"Até eu romper incendiando seu busto e rosto, me desfazendo em gozo e gritos"...
Que todos possam ter recordações assim...

Julio Melo disse...

caramba...

muito bom
belo blog...

sel disse...

Tão belo poema...adorei!!!