terça-feira, 30 de agosto de 2011

Mr. Penny


Tudo começou simples. Quatro homens encapuzados, duas pistolas, duas calibre doze - Mr. Penny, Mr. Nickel, Mr. Dime e Mr. Quarter - no meio da tarde, em um banco com poucos clientes que se renderam facilmente e um gerente que abriu o cofre sem fazer alarde. Cheios os sacos de dinheiro Mr. Penny meteu uma bala pelas costas em Mr. Nickel o trancando no cofre. Assustados com o barulho, Mr. Quarter manda Mr. Dime ir ver o que se passa e antes de poder perguntar ao Mr. Penny o que havia acontecido esse lhe acerta uma bala na testa. Os disparos deixam todos desesperados, os reféns começam a chorar e a gritar, o gerente usa a distração e aperta o botão de emergência.
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Mr. Quarter grita para o Mr. Penny desistir e aparecer de uma vez, a polícia estava a caminho e se eles não saíssem logo dali tudo estaria terminado. Mr. Penny agarra uma mulher e a faz de escudo, respondendo que pelo contrário, aquilo era só o começo. Os dois ficam se encarando, cada um mirando a pistola contra o outro, as sirenes se aproximando. Mr. Quarter pergunta a Mr. Penny a razão dele ter os traído e a resposta é rápida: _Porque não quero dividir a amizade de Benjamin Franklin com ninguém...
Aproveitando a distração de Mr. Quarter, Mr. Penny descarrega o pente contra seu colega e ele caindo faz o mesmo. A mulher junto de Mr. Penny dá um grito e cai chorando com a barriga sangrando, Mr. Penny permanece ileso.
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Ainda daria tempo de Mr. Penny pegar as sacolas e partir no carro de fuga antes da polícia fechar o cerco. Bastava ele apagar o Mr. Wheels como fizera com o resto, assumir o volante e sumir. Mas Mr. Penny queria mais. E aí é que as coisas deixaram de ser simples.
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Um negociador, horas de tensão, uma exigência. O dobro do que havia no cofre em um carroforte e uma escolta até um avião. Os clientes do banco pelo carro e o gerente pelo avião. Se a luz fosse cortada, se um tiro fosse disparado por algum dos atiradores de elite, se a equipe da SWAT tentasse entrar, se eles usassem bomba de fumaça ou se eles não atendessem seu pedido em duas horas, todos morreriam. Enquanto isso Mr. Penny tirou todos os cartões de crédito dos clientes, anéis, alianças, celulares, pulseiras e relógios, pegou todos os trocados das carteiras. Exigiu que o gerente passasse todo o dinheiro de todas as contas dos clientes e fizesse no nome deles empréstimos do valor mais alto possível e que tudo isso fosse transferido para uma conta no exterior.
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O carro chegou e um a um os reféns foram liberados conforme acordo. Já quase dentro do carro e fora do alcance da polícia Mr. Penny viu que um dos reféns havia escondido sua aliança e agora a colocava de volta, feliz em rever a esposa. Mr. Penny pensou o quanto deveria valer uma aliança de ouro como aquela e comparou com o que estava prestes a conseguir, era óbvio que não deveria seguir, porém Mr. Penny sabia o valor de cada centavo e saiu do carro correndo contra o homem já com a mulher nos braços e atirou neles com a calibre doze. Todos os policias abriram fogo e em menos de um segundo Mr. Penny estava no chão, com dezenas de buracos de bala em seu corpo. O negociador correu até ele e perguntou o porquê dele ter feito aquilo e suas últimas palavras foram:
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_Duzentos e cinquenta e cinco dólares.
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Era o preço que ele conseguiria pela aliança.

2 comentários:

Anônimo disse...

Pós incrível. Realmente gostava de ler seus posts.

E agora José? disse...

Continue lendo, ando postando com menos frequência, mas ainda não consigo ficar sem escrever.